sexta-feira, 24 de julho de 2020

Cattleya intermedia



Cattleya intermedia, espécie nativa do Brasil, típica da Mata Atlântica, ocorre em seu habitat natural desde a Região dos Lagos no Rio de Janeiro, passando pelos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, principalmente no litoral, adentrando pelo interior até determinadas altitudes, uma curiosidade é que a costa paranaense não foi povoada por esta espécie, ninguém até hoje sabe o motivo. No Rio Grande do Sul pode ser encontrada até próxima a fronteira com o Uruguai, principalmente na Região da Lagoa dos Patos e na Reserva do Banhado do Taim.
Esta espécie cresce principalmente fixada em árvores, mas pode ser encontrada em alguns lugares vegetando rochas e areia em locais de restinga, como é o caso da Região dos Lagos no Rio de Janeiro onde pode ser observada no chão arenoso a beira de praias e lagoas crescendo em sol pleno, com muita umidade no solo, também pode ser vista em fendas de rochas graníticas nos costões a beira-mar e no interior, cheias de matéria orgânica, além de serem encontradas nessa mesma região em figueiras (Fícus SSP) e em butiazeiros (Butia capitata). Já no estado do Rio Grande do Sul é vista formando grandes touceiras em corticeiras (Erithina cristagalli) em banhados e pântanos cobertos com vegetação, como é o caso da Reserva do banhado do Taim, nessa região ela encontrou um habitat perfeito para se desenvolver, foi deste lugar que saiu os melhores exemplares e muitas variedades que até hoje são utilizadas nos cruzamentos e melhoramentos genéticos por muitos orquidófilos. Ainda falando de melhoramento as formas das flores encontradas na natureza são mais arredondadas e perfeitas quanto mais ao sul do país em comparação com as encontradas mais ao norte. No estado de São paulo ela é encontrada em seu habitat natural em regiões de mata atlântica, principalmente próximas ao litoral.



Cattleya intermémia Graham
           O porte da C.intermedia varia de acordo com habitat onde está inserida, no litoral, por exemplo, onde ela cresce junto com a vegetação rasteiras na praia (restinga), onde há umidade constante e calor, atinge 50 cm de altura, podendo produzir até 10 flores por haste, já em locais como no interior onde existe menos umidade, elas atingem não mais que 30 cm de altura e produzem até 5 flores por haste. Em geral a espécie caracteriza-se por pseudobulbos cilíndricos, ou levemente achatados, de 0,5 a 2, 0 cm de diâmetro. Ela pertence ao grupo das Cattleyas bifoliadas e pode apresentar duas a três folhas por bulbo. O enraizamento dos novos pseudobulbos ocorre antes da floração, diferenciando da maioria das Cattleyas, fazendo com que produza muitas flores, pois seu novo pseudobulbo se torna independente da parte traseira podendo suportar mais flores.
C. intermedia var.vinicolor
Suas flores variam de 6 a 13 cm, o colorido de suas pétalas, sépalas e labelos são bem variados, podendo ser rosa-púrpero (tipo), bordô, coerulea (azul-celeste), fresina, lilasina, roxo-bispo, semi-alba, rubra, sanguínea, concolor, vinicolor e alba. Quanto à forma de suas flores também existe bastante variação podendo ser classificadas em pelórica, aquinii, flâmea e bergeriana. E pela forma do colorido elas podem ser classificadas em albescens, punctata, maculata, orlata, marginata, multiforme, oculata, pseudo-tipo, striata e venosa. Atualmente, são admitidas cerca de 30 variedades. Suas flores exalam um delicado perfume durante o dia.

C. intermedia var.concolor
C. intermedia var.coerulea
C. intermedia var.maculata

C. intermedia var.coerulea

C. intermedia var.alba
           
         Seu florescimento acontece do final do Inverno ao início da Primavera, com auge em setembro. Apesar de ser uma planta que desenvolve melhor em clima mais ameno, em algumas regiões mais quentes como é o caso do interior de São Paulo ela pode apresentar duas floração no ano, florindo novamente em fevereiro, lembrando que nessa região ela não ocorre na natureza, podendo ser encontrada somente em cultivos domésticos feitos por colecionadores.
O cultivo da Cattleya intermedia exige bastante umidade do ar, muito sol principalmente da manhã e boa ventilação. O substrato que tem dado melhor resultado é a casca de pinus autoclavada (sem tanino), pedriscos de granito ou até a mistura de ambos em partes iguais, proporcionando uma maior ventilação entre as suas raízes.
Pode ser cultivada com sucesso amarrada a uma árvore nativa como figueira (Ficus spp) ,corticeira (Erithina cristagalli) ou ipê (Tabebuia ssp). Para estimular a formação de botões florais, a Cattleya intermedia necessita de um período frio, de duas a três semanas, com temperaturas abaixo de 15 °C à noite.

Hibrido: C.intermedia X C.aclandi
Hibrido: C.DiPozzi Tiziano var.corulea 
                     (C. intermedia X C. pão de açucar)
A C. intermedia é uma das Cattleyas mais apreciadas no Brasil, nos meses de sua floração são realizadas diversas exposições em sua homenagem, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A C. intermedia ganha destaque principalmente pela grande variação de formas e cores sendo há décadas alvo contínuo de melhoramentos genéticos, onde os exemplares atingiram uma grande perfeição. Dentre suas virtudes, também ganha destaque a precocidade, pois alguns seedlings emitem flores entre três e quatro anos, enquanto nas demais orquidáceas isso pode chegar a seis ou mais anos. Ao longo de milhares de cruzamentos, suas flores se tornaram maiores, com melhor textura, mais redondas e cores vibrantes, com isso aliado ao fácil cultivo, faz com que ela tenha uma grande aceitação em diferentes países, como no caso do Japão, para onde ela é muito exportada, além de ser uma planta muito utilizada em hibridação, pois o colorido de suas pétalas principalmente das variedades flâmeas e aquinii, passam para seus descendentes. 

C. intermedia var.amethystina
C. intermedia var. aquinii concolor
C. intermedia var.orlata


C. intermedia tipo

Orquídeas e Plantas Nativas (orquideaseplantasnativas.blogspot.com).

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Ionopsis utricularioides

Ionopsis utricularioides (Ilustração Zelinda Jordão
Revista Globo Rural - Abril/2018)

Ionopsis utricularioides

Domínio: Eukaryota
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Subfamília: Epidendroideae
Tribo: Cymbidieae 
Subtribo: Oncidiinae 
Gênero: Ionopsis
Espécie: Ionopsis utricularioides (Sw.Lindl., Coll. Bot.: t. 39A (1826).



Sinônimos:

Basiônimo
Epidendrum utricularioides Sw., Prodr. Veg. Ind. Occ.: 122 (1788).

Homotípicos
Dendrobium utricularioides (Sw.) Sw., Nova Acta Regiae Soc. Sci. Upsal. 6: 83 (1799);
Cybelion utriculariae Spreng., Syst. Veg. 3: 721 (1826).

Heterotípicos
Ionopsis pulchella Kunth in F.W.H.von Humboldt, A.J.A.Bonpland & C.S.Kunth, Nov. Gen. Sp. 1: 348 (1816);
Iantha pallidiflora Hook., Exot. Fl. 2: t. 113 (1824);
Cybelion pallidiflorum (Hook.) Spreng., Syst. Veg. 3: 721 (1826);
Cybelion pulchellum (Kunth Spreng., Syst. Veg. 3: 721 (1826);
Epidendrum crenatum Vell., Fl. Flumin. 9: t. 6 (1831);
Ionopsis pallidiflora (Hook.) Lindl., Edwards's Bot. Reg. 22: t. 1904 (1836);
Ionopsis paniculata Lindl., Edwards's Bot. Reg. 22: t. 1904 (1836);
Ionopsis tenera Lindl., Edwards's Bot. Reg. 22: t. 1904 (1836);
Scaphyglottis pallidiflora (Hook.) Lindl. in R.Sweet, Hort. Brit., ed. 3: 646 (1839);
Cybelion tenerum (Lindl.) Steud., Nomencl. Bot., ed. 2, 1: 458 (1840);
Ionopsis gardneri Lindl., Paxton's Fl. Gard. 2: 13 (1851);
Ionopsis zonalis Lindl., Paxton's Fl. Gard. 2: 13 (1851);
Ionopsis tenera var. effusa Lindl., Fol. Orchid. 1: 3 (1852);
Ionopsis tenera var. tomentosa Lindl., Fol. Orchid. 1: 3 (1852);
Ionopsis tenera var. violacea Lindl., Fol. Orchid. 1: 3 (1852);
Epidendrum paniculatum (Lindl.) Rchb.f. in W.G.Walpers, Ann. Bot. Syst. 6: 1166 (1865);
Ionopsis paniculata var. maxima L.Linden & Rodigas, Lindenia 3: 39 (1887);
Epidendrum calcaratum Sessé & Moc., Fl. Mexic., ed. 2: 201 (1894);
Ionopsis utricularioides f. latifolia Urb., Symb. Antill. 4: 180 (1903);
Ionopsis utricularioides var. angustifolia Cogn. in C.F.P.von Martius & auct. suc. (eds.), Fl. Bras. 3(6): 175 (1904);
Ionopsis utricularioides var. parviflora Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. Beih. 17: 74 (1922);
Epidendrum sessei Hoehne, Arq. Bot. Estado São Paulo, n.s., f.m., 2: 143 (1952);
Ionopsis utricularioides var. virginalis L.C.Menezes, Schlechteriana 4: 51 (1993);
Ionopsis utricularioides f. virginalis (L.C.Menezes) Christenson, Lindleyana 11: 17 (1996).



 Habitat:

Encontrada em quase toda a América em altitudes de até 1.300 metros (México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Haiti, Cuba, República Dominicana, Jamaica, Porto Rico, Trinidade e Tobago, GuianaGuiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador (inclusive nas ilhas Galápagos), PerúBolíviaParaguaiBrasil e Estados Unidos da América (apenas no sul do estado da Flórida). 
No Brasil podem ser encontradas hospedando-se tanto em plantas nativas como pitangueiras (Eugenia uniflora L. 1753) e goiabeiras (Psidium guajava L. 1753), como também em plantas cultivadas como laranjeiras (Citrus ssp) e cafeeiros (Coffea ssp).

Ionopsis utricularioides



terça-feira, 19 de junho de 2018

Catasetum fimbriatum

Catasetum fimbriatum
Catasetum fimbriatum. Ilustração: Margaret Mee. 
Flores da Floresta Amazônica 2010.


Domínio: Eukaryota
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Subfamilia: Epidendroideae
Tribo: Cymbidieae
Subtribo: Catasetinae
Gênero: Catasetum Rich. ex Kunth 1822
Espécie: C. fimbriatum (C.Morren) Lindl., [John Lindley, Paxton's Fl. Gard. 1: 124. (1850)].










Catasetum fimbriatum


Sinônimos:
Heterotípicos:
  Catasetum cogniauxii;
  Catasetum fimbriatum var. aurantiacum;
  Catasetum fimbriatum var. brevipetalum;
  Catasetum fimbriatum var. fissum;
  Catasetum fimbriatum var. inconstans;
  Catasetum fimbriatum var. micranthum;
  Catasetum fimbriatum var. morrenianum ;
  Catasetum fimbriatum var. ornithorrhynchum;
  Catasetum fimbriatum var. platypterum;
  Catasetum fimbriatum var. subtropicale;
  Catasetum fimbriatum var. viridulum;
  Catasetum inconstans;
  Catasetum ornithorrhynchum;
  Catasetum pflanzii;
  Catasetum wredeanum.
     Basiônimos:
  Monachanthus fimbriatus;
  Myanthus fimbriatus.


Habitat:
No Brasil ocorre principalmente em ambientes de Cerrado e Mata Atlântica,  nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas GeraisRio Grande do SulParáParaná, Santa CatarinaSão Paulono Distrito FederalÉ encontrado também em outros países da América do Sul, como Argentina, Bolívia, Guiana, Paraguai e Venezuela. Em altitudes entre 400 e 1.000 m.


Catasetum fimbriatum (variação flores masculinas de coloração verdes)

Catasetum fimbriatum (variação flores femininas de coloração verdes)
Catasetum fimbriatum (variação flores masculinas de coloração amarelas)

Catasetum fimbriatum (variação flores masculinas de coloração vermelhas)



terça-feira, 14 de novembro de 2017

Cattleya trianae

Cattleya trianae


Reino: Plantae  
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Subfamília: Epidendroideae
Tribo: Epidendreae
Subtribo: Laeliinae  
Gênero: Cattleya (Lindl.)
Espécie: C.trianae
Nome binominal: Cattleya trianae (L.Linden & Rchb.f., 1860).
Nomes populares: "Flor de Mayo" ("Flor de Maio") e "Christmas Orchid" ("Orquídea de Natal").

Tem como sinônimos:

Cattleya bogotensis Linden ex C. Morr. 1897; Cattleya kimballiana L. Linden & Rodigas 1887; Cattleya labiata var. ernestii Sander 1888; Cattleya labiata subsp. massangeana Rchb.f. 1883; Cattleya labiata var. trianaei [Lindley & Rchbf] Duch. 1860; Cattleya lindigii Karst; Cattleya trianae f. alba (L.Linden & Rodigas) M.Wolff & O.Gruss 2007; Cattleya trianae f. crawshayana De B.Crawshay 1896; Cattleya trianae var. alba L.Linden & Rodigas 1885; Cattleya trianae var. backhausiana auct. 1885; Cattleya trianae var. colemannii B.S.Williams 1876; Cattleya trianae var. corningii B.S.Williams 1885; Cattleya trianae var. dodgsonii B.S.Williams 1871; Cattleya trianae var. formosa B.S.Williams 1884; Cattleya trianae var. hillii B.S.Williams 1885; Cattleya trianae var. hooleana B.S.Williams 1887; Cattleya trianae var. marginata B.S.Williams 1885; Cattleya trianae var. mariae Cogn. & A.Gooss. 1897; Cattleya trianae var. massangeana (Rchb.f.) B.S.Williams 1887; Cattleya trianae var. osmannii B.S.Williams 1879; Cattleya trianae var. quadricolor B.S.Williams 1885; Cattleya trianae var. reginae B.S.Williams 1885; Cattleya trianae var. rosea B.S.Williams 1885; Cattleya trianae var. russelliana B.S.Williams 1885; Cattleya trianae var. splendidissima B.S.Williams & T.Moore 1885; Cattleya trianae var. williamsii B.S.Williams 1885; Epidendrum labiatum var trianaei Rchb.f 1861.



Habitat: Espécie epífita, endêmica da Colômbia (florestas nebulosas na Região dos Andes entre 1.000 e 2.000 metros acima do nível do mar)
Distribuição geográfica: região do Alto Magdalena, encontrada nos Departamentos de Cundinamarca, Tolima e Huila.



Cattleya trianae var.coerulea
Cattleya trianae var.semi-alba


Cattleya trianae var.concolor


Cattleya trianae var.amesiana
Cattleya trianae var.alba



Cattleya trianae no habitat

Cattleya trianae no habitat
Cattleya trianae no habitat