sexta-feira, 24 de junho de 2016

Cattleya intermedia



A Cattleya intermedia, espécie nativa do Brasil, típica da Mata Atlântica, ocorre em seu habitat natural desde a Região dos Lagos no Rio de Janeiro, passando pelos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, principalmente no litoral, adentrando pelo interior até determinadas altitudes, uma curiosidade é que a costa paranaense não foi povoada por esta espécie, ninguém até hoje sabe o motivo. No Rio Grande do Sul pode ser encontrada até próxima a fronteira com o Uruguai, principalmente na Região da Lagoa dos Patos e na Reserva do Banhado do Taim.
Esta espécie cresce principalmente fixada em árvores, mas pode ser encontrada em alguns lugares vegetando rochas e areia em locais de restinga, como é o caso da Região dos Lagos no Rio de Janeiro onde pode ser observada no chão arenoso a beira de praias e lagoas crescendo em sol pleno, com muita umidade no solo, também pode ser vista em fendas de rochas graníticas nos costões a beira-mar e no interior, cheias de matéria orgânica, além de serem encontradas nessa mesma região em figueiras (Fícus SSP) e em butiazeiros (Butia capitata). Já no estado do Rio Grande do Sul é vista formando grandes touceiras em corticeiras (Erithina cristagalli) em banhados e pântanos cobertos com vegetação, como é o caso da Reserva do banhado do Taim, nessa região ela encontrou um habitat perfeito para se desenvolver, foi deste lugar que saiu os melhores exemplares e muitas variedades que até hoje são utilizadas nos cruzamentos e melhoramentos genéticos por muitos orquidófilos. Ainda falando de melhoramento as formas das flores encontradas na natureza são mais arredondadas e perfeitas quanto mais ao sul do país em comparação com as encontradas mais ao norte. No estado de São paulo ela é encontrada em seu habitat natural em regiões de mata atlântica, principalmente próximas ao litoral.



Cattleya intermémia Graham
           O porte da C.intermedia varia de acordo com habitat onde está inserida, no litoral, por exemplo, onde ela cresce junto com a vegetação rasteiras na praia (restinga), onde há umidade constante e calor, atinge 50 cm de altura, podendo produzir até 10 flores por haste, já em locais como no interior onde existe menos umidade, elas atingem não mais que 30 cm de altura e produzem até 5 flores por haste. Em geral a espécie caracteriza-se por pseudobulbos cilíndricos, ou levemente achatados, de 0,5 a 2, 0 cm de diâmetro. Ela pertence ao grupo das Cattleyas bifoliadas e pode apresentar duas a três folhas por bulbo. O enraizamento dos novos pseudobulbos ocorre antes da floração, diferenciando da maioria das Cattleyas, fazendo com que produza muitas flores, pois seu novo pseudobulbo se torna independente da parte traseira podendo suportar mais flores.
C. intermedia var.vinicolor
Suas flores variam de 6 a 13 cm, o colorido de suas pétalas, sépalas e labelos são bem variados, podendo ser rosa-púrpero (tipo), bordô, coerulea (azul-celeste), fresina, lilasina, roxo-bispo, semi-alba, rubra, sanguínea, concolor, vinicolor e alba. Quanto à forma de suas flores também existe bastante variação podendo ser classificadas em pelórica, aquinii, flâmea e bergeriana. E pela forma do colorido elas podem ser classificadas em albescens, punctata, maculata, orlata, marginata, multiforme, oculata, pseudo-tipo, striata e venosa. Atualmente, são admitidas cerca de 30 variedades. Suas flores exalam um delicado perfume durante o dia.

C. intermedia var.concolor
C. intermedia var.coerulea
C. intermedia var.maculata

C. intermedia var.coerulea

C. intermedia var.alba
           
         Seu florescimento acontece do final do Inverno ao início da Primavera, com auge em setembro. Apesar de ser uma planta que desenvolve melhor em clima mais ameno, em algumas regiões mais quentes como é o caso do interior de São Paulo ela pode apresentar duas floração no ano, florindo novamente em fevereiro, lembrando que nessa região ela não ocorre na natureza, podendo ser encontrada somente em cultivos domésticos feitos por colecionadores.
O cultivo da Cattleya intermedia exige bastante umidade do ar, muito sol principalmente da manhã e boa ventilação. O substrato que tem dado melhor resultado é a casca de pinus autoclavada (sem tanino), pedriscos de granito ou até a mistura de ambos em partes iguais, proporcionando uma maior ventilação entre as suas raízes.
Pode ser cultivada com sucesso amarrada a uma árvore nativa como figueira (Ficus spp) ,corticeira (Erithina cristagalli) ou ipê (Tabebuia ssp). Para estimular a formação de botões florais, a Cattleya intermedia necessita de um período frio, de duas a três semanas, com temperaturas abaixo de 15 °C à noite.

Hibrido: C.intermedia X C.aclandi
Hibrido: C.DiPozzi Tiziano var.corulea
                     (C. intermedia X C. pão de açucar)
A C. intermedia é uma das Cattleyas mais apreciadas no Brasil, nos meses de sua floração são realizadas diversas exposições em sua homenagem, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A C. intermedia ganha destaque principalmente pela grande variação de formas e cores sendo há décadas alvo contínuo de melhoramentos genéticos, onde os exemplares atingiram uma grande perfeição. Dentre suas virtudes, também ganha destaque a precocidade, pois alguns seedlings emitem flores entre três e quatro anos, enquanto nas demais orquidáceas isso pode chegar a seis ou mais anos. Ao longo de milhares de cruzamentos, suas flores se tornaram maiores, com melhor textura, mais redondas e cores vibrantes, com isso aliado ao fácil cultivo, faz com que ela tenha uma grande aceitação em diferentes países, como no caso do Japão, para onde ela é muito exportada, além de ser uma planta muito utilizada em hibridação, pois o colorido de suas pétalas principalmente das variedades flâmeas e aquinii, passam para seus descendentes. 

C. intermedia var.amethystina
C. intermedia var. aquinii concolor
C. intermedia var.orlata


C. intermedia tipo

Orquídeas e Plantas Nativas (orquideaseplantasnativas.blogspot.com.br).